quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Lula chora ao ligar para mãe de Eduardo Campos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Recife para o funeral do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Na quarta-feira, 13, depois de conversar por telefone com a mãe do candidato do PSB à Presidência, Ana Arraes, o ex-presidente decidiu viajar para Pernambuco.
Lula gravava programas eleitorais para candidatos do PT em uma produtora no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, quando recebeu as primeiras notícias, ainda não confirmadas, sobre a queda do avião no qual viajava Eduardo Campos, que foi ministro de Ciência e Tecnologia de seu governo.
De acordo com pessoas que acompanhavam o ex-presidente Lula em São Paulo, ele interrompeu as gravações e passou a buscar notícias mais precisas sobre o acidente. Quando chegou a confirmação de que todos os passageiros da aeronave, inclusive o candidato do PSB ao Palácio do Planalto, haviam morrido, Lula, extremamente emocionado, telefonou para Ana Arraes e chorou ao telefone.
Ao desligar, ainda consternado, o ex-presidente comentou com as pessoas que acompanhavam a gravação sua tristeza em relação a Ana Arraes, à viúva de Campos, Renata, e aos cinco filhos do ex-governador de Pernambuco. Segundo essas pessoas que estavam com Lula, o ex-presidente não fez comentários sobre possíveis impactos políticos da tragédia.
Dedicação
A tristeza foi manifestada na nota de pesar divulgada na quarta-feira, 13, à tarde pelo Instituto Lula. "O País perde um homem público de rara e extraordinária qualidade. Tive a alegria de contar com sua inteligência e dedicação nos anos em que foi nosso ministro de Ciência e Tecnologia. Ao longo de toda sua vida, Eduardo lutou para tornar o Brasil um país mais justo e digno", diz um trecho da nota.
"O carinho, o respeito e a admiração mútua sempre estiveram presentes em nossa convivência. Nesse momento de dor, eu e Marisa nos solidarizamos com sua mãe, Ana Arraes, sua esposa, Renata, seus filhos e toda a sua família, amigos e companheiros" afirma texto divulgado pelo Instituto Lula.
Depois de orientar sua assessoria sobre a redação da nota, o ex-presidente Lula cancelou todos os compromissos do dia e foi para sua casa, em São Bernardo do Campo. Antes de sair da produtora na Vila Mariana, o ex-presidente ainda lamentou o fato de Campos ter morrido jovem, com apenas 49 anos. O ex-governador fez aniversário no domingo passado.
Mesmo depois de o ex-governador de Pernambuco confirmar a sua candidatura ao Palácio do Planalto e dar início à campanha com fortes críticas ao governo da petista Dilma Rousseff, Lula manifestou a interlocutores que ainda tinha esperança de que Campos estivesse, mais uma vez, no mesmo campo político do PT, fosse no 2.º turno das eleições deste ano, fosse nas próximas disputas. O presidenciável do PSB entregou os cargos que o partido ocupava no governo Dilma em setembro do ano passado. 
Na nota divulgada na quarta-feira, 13, o ex-presidente Lula lembra ainda que conheceu Campos por meio de seu avô, Miguel Arraes, e o período em que o ex-governador participou do governo petista como ministro da Ciência e Tecnologia.
"Estou profundamente entristecido com a trágica morte de Eduardo Campos. Um grande amigo e companheiro. Conheci Eduardo através de seu avô, Miguel Arraes, um memorável líder das causas populares de Pernambuco e do Brasil", diz o texto, no qual Lula também lamenta a morte dos outros passageiros da aeronave.

Bombeiros acham carteira de Eduardo Campos em local do acidente

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, disse nesta quinta-feira (14) que as equipes de busca encontraram a carteira pertencente ao candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, que morreu na queda de uma aeronave na região central da cidade da Baixada Santista. De acordo com ele, os trabalhos durante a madrugada avançaram bem e foi possível encontrar mais partes de corpos das sete vítimas em um local onde o capitão acredita que a aeronave tocou o solo. Ainda ontem, as duas caixas-pretas do avião foram encontradas e encaminhas para perícia. Nela há registros dos últimos diálogos ocorridos na cabine da aeronave que caiu em Santos.
Palumbo disse que os homens do Corpo de Bombeiros começarão nesta manhã a busca por fragmentos do Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, e de corpos num raio de 50 metros do local da queda. Depois, eles voltam a dar prioridade para o ponto central do acidente. "Se não encontrarmos mais nada, entregaremos os trabalhos para os peritos", disse.
As buscas seguiram sem interrupções durante a madrugada desta quinta-feira. Segundo Palumbo, a chuva não foi forte o suficiente para atrapalhar os agentes. As equipes da corporação trocam de turno a cada uma hora na tarefa de vasculhar a área. "Nesta manhã deveremos avançar bastante para que tenhamos quantidade de corpos suficientes para fazer a identificação", afirmou.
Desde ontem, peritos da Polícia Federal, do Instituto de Criminalística e do Cenipa estão no local. As partes das vítimas encontradas são enviadas para exame no Instituto Médico Legal (IML) em São Paulo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Morre o ex-governador e candidato à presidência Eduardo Campos

O ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu na manhã desta quarta-feira (13) em virtude de um acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. A informação foi confirmada por Carlos Siqueira, presidente do PSB em São Paulo, além dos deputados Fábio Feldman (PV) e Júlio Delgado (PSB/MG).

Além da morte de Campos, o nome do fotógrafo Alexande Severo veio à tona, já que os documentos do fotógrafo foram encontrados nos escombros do acidente. Sabe-se, também, que a esposa de Eduardo, Renata Campos, não estava na aeronave, um jato particular que saía do Rio de Janeiro para Santos. Segundo Bazileu Margarido, coordenador da Rede Sustentabilidade, todos os que estavam na aeronove morreram. 

Acidente que vitimou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aconteceu em Santos, São paulo. Foto: Futura Press/Estadão ConteúdoAcidente que vitimou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aconteceu em Santos, São paulo. Foto: Futura Press/Estadão Conteúdo

A lista oficial da aeronáutica dos mortos na queda do aeronave que vitimou o candidato a presidência Eduardo Campos ainda não foi divulgada. A Globo News, porém, divulgou uma lista extra oficial com apenas quatro nomes, além do ex-governador pernambucano. Na lista - não oficial, vale salientar - estão os nomes dos asessores Carlos Percol e Pedro Valadares e os fotógrafos Alexandre Severo e Marcelo Lyra.

Todos os outros candidatos à presidência cancelaram suas agendas.

Veja a lista de mortos no acidente de avião que matou Eduardo Campos

Jato caiu sobre casas em Santos (SP) com sete pessoas a bordo.
Presidenciável do PSB tinha viajado para cumprir agenda de campanha.


Veja abaixo a lista das vítimas do acidente:
 
Da esquerda para a direita: Carlos Percol, Marcelo Lyra, o surfista Carlos Burle e Alexandre Severo (Foto: Reprodução/Instagram)Da esquerda para a direita: Carlos Percol, Marcelo
Lyra, o surfista Carlos Burle (que não estava no
avião) e Alexandre Severo
(Foto: Reprodução/Instagram)
Alexandre Severo Gomes da Silva, fotógrafo

Carlos Augusto Ramos Leal Filho, assessor
Conhecido como Percol, o jornalista era assessor de imprensa.

Eduardo Henrique Acioly Campos, candidado à presidência
Nascido em Recife, era presidenciável pelo PSB. Ele foi deputado federal e governou Pernambuco por dois mandatos. 

Geraldo da Cunha, piloto
Marcos Martins, piloto
Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista
Pedro Almeida Valadares Neto, assessor de campanha e ex-deputado federal
Conhecido como Pedrinho Valadares, nasceu em Simão Simas (SE) em 1965. Foi advogado e deputado federal entre 1991 e 1995 pelo PFL; entre 1997 e 1999 pelo PP; e entre 1999 e 2003 pelo PSB. Mais tarde, assumiu mandato em 2008 e em 2010 como suplente pelo DEM.

Veja a trajetória de Eduardo Campos, filho e neto de políticos

Novembro de 1987 - Eduardo Campos (esq.) deixa a casa do deputado Ulysses Guimarães em São Paulo ao lado de seu avô, o então governador do Pernambuco, Miguel Arraes (centro) (Foto: Newton Aguiar/Estadão Conteúdo/Arquivo)
De família tradicional na política em Pernambuco, o ex-governador Eduardo Campos, 49 anos, nasceu no Recife em 10 de agosto de 1965. Ele era casado e pai de cinco filhos. Filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, Campos se formou em economia na Universidade Federal de Pernambuco, onde atuou como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade.
O contato com a política começou cedo, em 1986, quando trabalhou ativamente na campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco. Na época, Campos tinha apenas 21 anos. Quatro anos depois, em 1990, ele se filiou ao PSB.
Em 1994, com apenas 29 anos, foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 1998 e em 2002. No início do terceiro mandato como deputado, Campos se aproximou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando a mobilizar a base governista para aprovar a Reforma da Previdência.

Em janeiro de 2004, foi nomeado por Lula ministro de Ciência e Tecnologia, onde trabalhou pela aprovação da lei que autoriza pesquisas com células tronco embrionárias.  Em 2006, Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos e foi reeleito, em 2010, com 83% dos votos válidos.
Eduardo Campos posa para foto em 2005, quando era ministro da Ciência e Tecnologia do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (Foto: (Foto: Joedson Alves/ Estadão Conteúdo/Arquivo))Eduardo Campos posa para foto em 2005, quando era ministro da Ciência e Tecnologia do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: (Foto: Joedson Alves/ Estadão Conteúdo/Arquivo))
A gestão à frente do estado foi marcada pelos esforços em modernizar industrialmente a região. Durante a maior parte dos dois mandatos, Campos apoio os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Em 2013, ele passou a reforçar críticas ao governo de Dilma, especialmente com relação à gestão da economia e a aliança com o PMDB. Em 18 de setembro do ano passado, o PSB entregou os cargos no governo federal, inclusive o comando do Ministério da Integração, e passou a se posicionar de forma independente nas votações. A decisão de se afastar do governo e lançar candidatura própria motivou a saída do partido e filiação ao PROS do governador do Ceará, Cid Gomes, e do irmão dele, Ciro Gomes.
Em outubro, Eduardo Campos se aliou à ex-senadora Marina Silva na disputa presidencial, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentava criar para concorrer às eleições. Em 4 de abril deste ano, Eduardo Campos renunciou ao governo de Pernambuco para se dedicar à campanha para a Presidência da República.
Em 28 de junho, em aliança com outros cinco partidos, o PSB oficializou a candidatura de Campos à Presidência e de Marina Silva à vice-presidência. Na campanha, Campos e Marina apresentaram uma série de propostas, como escola em tempo integral, passe livre para estudantes de escola pública e disseram ser possível reduzir a inflação para 3% até 2018.
Pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo e divulgada na última quinta-feira (7), apontava Campos em terceiro lugar na disputa, com 9% das intenções de voto.

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